terça-feira, 7 de maio de 2013

19 Mitos da Amamentação


O leite materno é a melhor alimentação que um bebé pode ter durante os primeiros seis meses, defende a Organização Mundial de Saúde. A prática, ancestral e adoptada sem constrangimentos ou mistérios em África, onde as mães oferecem o peito sempre que o bebé pede, origina em certos países europeus dúvidas responsáveis pelo abandono da amamentação.Em Portugal, e de acordo com dados do Observatório do Aleitamento Materno, às seis semanas de vida 71,2% dos bebés são amamentados em exclusivo com leite materno. Entre o segundo o terceiro mês, o valor desce para 46,4%. E apenas 14,7% das mães mantêm a amamentação entre o quinto e o sexto mês.Apesar de a maioria das mulheres portuguesas optarem por amamentar os filhos à nascença, uma grande percentagem desiste devido às dificuldades que enfrentam, por causa das dúvidas que ficam por esclarecer e por uma série de mitos herdados da “geração dos biberões”.`Os 19 mitos mais frequentes da amamentação materna:1 - O meu peito é demasiado pequeno, pode não ter leite suficiente. É falso. As mulheres não têm mais ou menos leite em função do tamanho do peito. O tamanho é definido pela gordura e não pelos canais onde o leite “é produzido”. O peito produz a quantidade de leite que o bebé precisa. Para assegurar a produção de leite, basta encontrar a postura correcta para amamentar e que o bebé faça tomas frequentes.2 – Ter os mamilos planos ou invertidos inviabiliza a amamentação. É falso. Os mamilos vão sofrendo transformações no final da gravidez e durante a amamentação. Os bebé também não se agarram somente aos mamilos, mas seguram uma boa quantidade do peito que pode incluir toda a auréola. As mães que tenham dificuldade devem consultar um especialistas em amamentação.3 – Até à subida de leite é preciso dar biberão. É falso. No início, o colostro – o primeiro leite – é tudo o que um bebé, que mama sempre que pede e com frequência, precisa. São muito poucas as mulheres que não têm leite nenhum.4 – O leite é aquoso e não alimenta. É falso. O leite de todas as mães alimenta. Só é preciso dar tantas vezes quantas o bebé pedir. Quando se inicia a mamada, o primeiro leite que sai tem maior quantidade de água e de açúcares. Após um período de sucção, o leite fica mais espesso por ter mais gorduras que saciam e engordam.5 – Para ter mais leite é preciso beber muita água. É falso. A produção de leite aumenta ou diminui em função do esvaziamento da mama e não dos alimentos que a mãe ingere. E assim como não há alimentos que aumentem a produção de leite, também não existem alimentos que produzam gases no leite ou no bebé.6 – É preciso dar de mamar de três em três horas, para que o peito volte a encher.É falso. Funciona precisamente ao contrário. Para assegurar uma produção adequada de leite e o fluxo de leite, durante os seis meses de amamentação materna em exclusivo, o bebé precisa de ser amamentado tão frequentemente quanto o deseje, tanto de dia como de noite.
É a chamada amamentação em regime livre. Os lactantes alimentam-se de acordo com o seu apetite, obtendo o necessário para um crescimento satisfatório. Os bebés não esvaziam completamente o peito, extraindo apenas entre 63 e 72% do leite disponível, revelam estudos científicos. Podem obter mais leite, o que prova que o bebé deixa de beber leite porque fica saciado e não por que o peito ficou vazio.

A capacidade de armazenamento de leite varia de mulher para mulher. Os filhos de mulheres que têm menos capacidade para armazenar podem necessitar de alimentar-se com maior frequência, para extrair leite, assegurar uma ingestão e uma produção de leite adequadas.
7 – Se se der peito sempre que o bebé pedir, não se habituam a comer regularmente e podem danificar o estômago. É falso. Se a criança come quando deseja, o estômago irá desenvolver-se de forma adequada. Impor horários e quantidades que não se ajustam às necessidades do bebé é o que pode originar mal-estar e irritabilidade.8 – O bebé continua a chorar porque quer comer mais e não tem. É falso. Os bebés choram por muitas razões e não necessariamente por causa da insuficiência de leite. As crianças que são amamentadas sem restrições, durante o tempo e com a frequência que desejam, não costumam ter cólicas. Se achar que o bebé chora porque tem mais fome, pode oferecer mais leite. O leite materno é de fácil digestão e é bem tolerado.9 – Quando as tomas começam a ser mais frequentes do que o que é normal é sinal de que o bebé fica com fome. É falso. Umas vezes querem comer, outras têm sede e precisam só de mamar um bocado, o que acontece sobretudo em alturas de calor. Também pode acontecer devido a surtos de crescimento. As crianças tornam-se mais exigentes para que a mãe aumente a quantidade de leite que precisa. Depois de dois ou três dias, recupera-se o ritmo mais relaxado, sem serem precisos biberões extra.10 – Já não se nota o peito cheio, talvez não tenha leite suficiente. É falso. Quase todas as dúvidas acabam com a mesma pergunta: “Será que tenho leite suficiente?”. É normal sentir-se o peito menos inchado ao fim de algum tempo, o que não indicia que haja menos produção. A produção depende das tomas do bebé.11 – Se com a bomba de extração de leite tirar pouca quantidade, não posso continuar a amamentar. É falso. A extração manual ou com bomba, não serve para medir a quantidade de leite que tem cada mulher. Um bebé extrairá sempre muito mais leite.12 – Com o regresso da menstruação é preciso deixar de amamentar. É falso. A produção de leite mantém-se desde que haja estimulação e esvaziamento das mamas, até que a mãe e o bebé queiram.13 – O stress pode acabar com o leite. É falso. Muito receios têm a mesma explicação e é a de que o leite se mantém, desde que haja estimulação e esvaziamento das mamas.14 – Estar constipada, gripada ou a tomar medicamentos é incompatível com a amamentação. É falso. Não é preciso deixar de dar peito porque a mãe está constipada, gripada ou porque está a tomar medicamentos. Pelo leite, são transferidas defesas ao bebé que o protegem da infecção. Nestes casos, antes de pegar no bebé, deve lavar-se sempre as mãos e, se necessário, usar uma máscara ou um lenço para tapar a boca e o nariz.
No caso dos medicamentos, os que são autorizados durante a amamentação são em muito maior número do que o que se pensa. Em caso de incompatibilidade, pode sempre procurar-se um alternativo. Caso não haja, é possível manter a produção de leite, extraindo enquanto dura o tratamento, para depois retomar a amamentação após o tratamento.15 – Se o bebé não dorme de um sono só é porque precisa de leite artificial. Éfalso. Não existe relação. Quando são pequenos, precisam de comer com frequência e não dormir de uma vez só. Depois, vão espaçando as tomas e dormem mais horas por noite, apesar de alguns bebés continuarem a querer comer com frequência. Não depende se tomam leite materno ou artificial, mas sim cada criança.16 – O aumento do peso do bebé não está a ser tão rápido quanto seria de esperar. Não está a alimentar-se bem. É falso. Cada criança tem um padrão de crescimento. Não têm todos de crescer dentro do mesmo padrão.17 – A gravidez  obriga a parar com a amamentação. É falso. Não é uma obrigação, mas sim uma decisão de cada mulher. Pode amamentar-se durante toda a gravidez, sempre que o bebé queira e caso não se trate de uma gravidez de risco. Quando chegar o bebé mais novo, pode continuar a amamentar os dois, dando-se sempre prioridade ao mais novo.18 – Com seis meses, o bebé já é muito grande para ser amamentado. É falso. A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Direção-Geral de Saúde recomendam a introdução de alimentação complementar a partir dos seis meses. Primeiro, preconiza a OMS, deve oferecer-se o peito e só depois os restantes alimentos, de forma gradual. Até ao ano de vida, o leite materno deve continuar a se o alimento principal. E quando o bebé já comer de tudo, deve continuar a ser a principal fonte de leire até aos dois anos ou mais.19 – Depois de voltar ao trabalho, não é possível  continuar com a amamentação. É falso. Depende de muitos fatores, do tempo que a mãe e o bebé passam separados, se a mãe extrai leite durante esse tempo, se a pessoa que fica a tomar conta do bebé lhe pode dar o leite materno, a idade da criança e a expectativa que a mãe tenha. Em certas situações, a mãe acaba por optar por uma lactância complementar ou mista.

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